Pais postiços
Padrasto e madrasta não são pais de verdade, não são pais postiços!
Entrevista com © Dra Olga Tessari
Recentemente, a top Gisele Bündchen afirmou que está pronta para ser mãe “postiça” do filho de seu namorado, o jogador de futebol americano Tom Brady. Ele será pai pela primeira vez em julho, de um bebê com a atriz Bridget Moynahan.
Gisele não é a única que tem de entender e aprender a conviver com filhos que vêm de outros relacionamentos. Muitas mulheres precisam saber como dividir as atenções do namorado com crianças que não são as suas.
Pais postiços
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, a primeira questão que deve ser muito bem esclarecida é que o parceiro desta pessoa que tem um filho concebido fora da relação não deve querer assumir o papel de pai ou mãe da criança.
“Não existe mãe, pai ou pais postiços. O que existe é amizade entre o parceiro e o filho do outro”, declara Olga. “Não se pode querer que a criança trate o namorado como pai ou mãe. O ideal é que os dois se deem bem e que aceitem um ao outro”, acrescenta.
De acordo com a psicóloga Heloisa Garbuglio, se cada um souber o seu papel neste tipo de convivência a situação é muito mais fácil de ser administrada. “As mulheres e os homens precisam ter consciência de que não podem querer dar palpites na educação da criança, agindo como se fossem a segunda mãe ou o segundo pai”, enfatiza.
“A namorada ou o namorado devem estar cientes de que a outra pessoa já tem uma família pré-estabelecida antes mesmo de conhecer o parceiro atual”, complementa Heloisa.
Gisele Bündchen falou que descobrir a gravidez da ex de Brady não atrapalhou o relacionamento dos dois. “Se você ama alguém, você ama tudo que vem com ele. Acho isso de fácil compreensão”, afirmou a top.
Para Olga Tessari, a modelo está absolutamente correta. “Quando realmente se gosta de alguém, é preciso aceitar a vida que a pessoa tinha antes de começar o compromisso atual”, relata. “Entender que serão necessários momentos para curtir o filho e respeitar o relacionamento do pai ou da mãe com essa criança que não foi concebida dentro da relação faz parte dos pressupostos do amor”, diz.
Entretanto, Olga Tessari ressalta que no momento em que se inicia um relacionamento, a pessoa tem o direito de saber que o outro já tem um filho. Não se pode esconder isso com medo de perder a pessoa amada. Heloisa Garbuglio é da mesma opinião e afirma que se a pessoa esconde que tem um filho é porque está escondendo sua vida.
“Os relacionamentos devem ser construídos em alicerces sólidos. Mentiras e omissões nunca podem estar presentes”, enfatiza Olga Tessari.
No caso de Gisele, ela e o jogador começaram o relacionamento em dezembro passado e Brady ainda não sabia que sua ex estava grávida.
Confira a opinião de quem já passou por isso
Para a advogada Bruna*, 24 anos, que namora há quase três meses um homem que tem uma filha de 8 anos, esse tipo de namoro faz com que o casal tenha de abrir mão de algumas coisas por causa da criança.
“Em um final de semana, por exemplo, temos de assistir a filmes dublados para que a filhinha do meu namorado consiga acompanhar a história. Se ela fica doente, a gente não pode se ver pois ele precisa levá-la ao médico”, conta a advogada.
Ela só soube que seu namorado tinha uma filha após 1 mês de namoro e acha que a atitude dele é justificável. “Quando nos conhecemos, cheguei a comentar que não gostaria de namorar um cara com filhos. Hoje em dia, sou apaixonada pela filha dele. Meu problema atualmente é fazer com que meus pais aceitem a situação”, enfatiza.
Para a estudante Carla*, 22 anos, que namora com um homem de 41 anos e que tem um filho de 7, o fato de já saber que seu namorado tinha um filho antes mesmo de iniciar o namoro facilitou a aceitação da criança.
A estudante conta que por ter pais separados há 20 anos consegue se imaginar no papel do filho de seu namorado.
“Já estive do outro lado. Sei como é receber a notícia de que seu pai ou sua mãe estão namorando”, declara. “Para que a convivência seja a melhor possível, o segredo é agir naturalmente. Não adianta forçar ninguém a nada. Se a criança não estiver pronta para aceitar um namoro, não importa quem apareça na frente dela”, acrescenta Carla.
Matéria publicada no site Bolsa de Mulher por Raquel de Medeiros em 03/01/2009
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