Obesidade e Depressão
Saia da depressão
Entrevista com Olga Tessari
Obesidade e Depressão
Transtornos emocionais são inimigos na luta contra o excesso de peso. Entre eles está a depressão, que provoca desânimo, tristeza profunda, mau humor, falta de prazer em realizar as tarefas de que mais gosta, alterações de sono e apetite.
Muita gente acaba descontando tudo isso na comida, o que leva ao aumento de peso, perda da autoestima e ansiedade.
Tristeza ou depressão?
Mas tenha calma! É importante não confundir tristeza com depressão. Segundo a Escola Americana, os sintomas devem se estender por duas semanas ou mais, ai sim é hora de procurar ajuda médica.
O excesso de peso é uma das causas que leva a pessoa a ficar depressiva, além do estresse crônico.
“Não existe exame pra detectar a depressão. Os sintomas é que caracterizam o quadro da doença”, alerta Adriano Segal, endocrinologista do ambulatório de obesidade do Hospital das Clínicas (HC) e diretor do departamento de psiquiatria e transtornos alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso).
“Quando começar a sentir que algo não está bem, é importante procurar ajuda”, aconselha Adriano.
Dificuldades para resolver os problemas e encarar os sentimentos como angústia, solidão, carência, podem desencadear a depressão.
“O ser humano não consegue viver sem prazer, precisa de pelo menos um”, conta a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari.
“Muita gente busca o prazer na comida, o que momentaneamente resolve, mas pode levar a obesidade”, revela Camila Mareze, Psicóloga Cognitivo-comportamental.
É comum confundir a tristeza com a depressão.
“Quando a pessoa permanece no estado de tristeza sem motivo, pode ser um indício de depressão”, explica Olga Tessari. “O indivíduo fica desanimado, não acha graça em nada. Não acha saída, não vê solução e pensa até em suicídio como forma de acabar com o sofrimento”, relata ela.
Sintomas mais comuns da depressão
Entre os sintomas mais comuns da depressão estão:
- Mau humor;
- Tristeza sem motivo aparente;
- Alteração do sono;
- Mudança de apetite, para mais ou menos, com ganho de peso de até 20%;
- Sensação de vazio;
- Irritabilidade;
- Pouca alegria de viver;
- Cansaço;
- Desânimo acentuado;
- Falta de iniciativa;
- Falta de interesse pelas coisas que normalmente eram estimulantes;
- Pensamentos negativos;
- Insegurança;
- Medo;
- Diminuição da libido sexual;
- Baixa energia ou fadiga;
- Baixa autoestima;
- Dificuldade de concentração e de tomar decisões;
- Sentimentos de culpa;
- Reação suicida;
Tratamento da depressão
É importante procurar tratamento completo para a depressão, que consiste no uso de medicamentos antidepressivos e psicoterapia, que ajudará o paciente a vencer frustrações, medos e ausências, encarar as situações e sentimentos.
“O tratamento inclui técnicas de aconselhamento e ensina a pessoa a lidar com a dificuldade, além do uso de medicamentos, que pode se estender por até um ano”, conta Segal.
“O preconceito em relação ao psicólogo pode atrasar o tratamento. Muitas vezes a pessoa procura um médico com a queixa de excesso de peso, pois quer emagrecer. No consultório acaba tendo noção do que está acontecendo”, revela Olga Tessari.
“Os resultados aparecem entre três e seis meses. Seguindo o tratamento correto e completo dificilmente ocorre uma recaída”, completa Olga Tessari.
“O profissional acolhe o indivíduo sem julgá-lo ou cobrar dele uma atitude que não pode ter naquele momento. Com um obeso, por exemplo, aborda o excesso de peso e o quadro depressivo, para que se conscientize e consiga iniciar uma dieta e recuperar a autoestima. Do contrário não conseguirá vencer”, disse Olga Tessari.
“É essencial mostrar para a pessoa outras formas de prazer, de se sentir bem, ter autoestima para lidar com a nova fase de emagrecimento”, completa Olga Tessari.
Fazer exercícios físicos ajuda a melhorar os sintomas da depressão, principalmente os treinos aeróbicos, como caminhada, corrida e natação. “A atividade física faz bem pra saúde, eleva a liberação de endorfina, substância que promove o bem-estar”, orienta Camila.
Mudanças na alimentação também são importantes. “O corpo é uma máquina, pra funcionar direito precisa de combustível. Com alimentos adequados o organismo reage melhor”, afirma Olga Tessari. “A educação alimentar é pra vida toda”, finaliza Camila.
Matéria publicada no site do Laboratório Roche – Xenicare
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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais