Mãe e culpa
Por que toda mãe se culpa?
Entrevista com Olga Tessari
É bem verdade que toda mãe quer o melhor para o seu filho e tende a ser perfeccionista em tudo o que faz. Não aceita errar e sofre com os deslizes que acredita ter cometido.
Mas nem sempre as coisas saem como o esperado.
Aí, em vez de encarar com naturalidade os acontecimentos, ela abre brechas para o clássico sentimento de culpa, que não dá sossego.
Mãe e culpa
Para quem está passando por isso, a primeira lição é:
“A culpa só existe quando você faz algo propositalmente para prejudicar, ferir ou magoar alguém”, alerta a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, de São Paulo.
Se você já deu o melhor de si, a regra é exorcizar esse sentimento ou vai acabar ainda mais ansiosa.
O problema é que, na maioria das vezes, as mães demoram a se convencer de que precisam se cobrar menos.
Segundo Mara Pusch, psicóloga clínica e professora da Universidade Federal de São Paulo, é comum elas mergulharem na culpa até mesmo por conta de situações corriqueiras, como não levar o filho para escola, dar menos atenção ao parceiro, deixar de ir à academia, que já está paga.
“Na maioria das vezes, acabamos por exagerar nas consequências de nossas ações, sentimentos e pensamentos e não reconhecemos nossas qualidades”, observa a especialista.
Nesse caso, uma atitude sensata é refletir se a culpa é real ou imaginária, se tem de fato razão de existir.
“Quando lidamos de forma saudável com esse sentimento, conseguimos retomar nosso eixo, dar a volta por cima e continuar nossa trajetória”, aconselha Mara Pusch.
Não diga “Eu errei”
Outra dica é não pensar que você falhou nisso ou naquilo. Aliás, no exercício da maternidade e da paternidade, é fundamental apagar a palavra erro do dicionário. Essa expressão é meio caminho andado para o sentimento de culpa aflorar.
Quem alerta é a psicóloga Angélica Capelari, professora da Universidade Metodista de São Paulo.
“Só faz sentido pensar em erro quando alguém sabia o que deveria ter feito e se omitiu. E os pais, muitas vezes, não sabem como agir”, observa.
O casal geralmente repete o que viu os outros fazerem, o que os pais fizeram e assim por diante.
Filho, como você sabe, não vem com manual de instruções. E as mães, como acontece com qualquer ser humano, podem até almejar a perfeição.
Mas é bom ter consciência de que esse é um ideal impossível. Por isso, não custa repetir: não precisa se cobrar tanto assim!
Matéria publicada no site Bebê por Carolina Chagas, com Michelle Veronese em Fev/2008
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