Idosos e tecnologia

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Idosos e tecnologia

Idosos também podem usufruir das novas tecnologias: é indispensável que a terceira idade se adapte a esses meios

Entrevista com Olga Tessari

Idosos e tecnologia

Já faz quase sete anos que a aposentada Sebastiana Arruda abandonou sua antiga máquina de escrever para iniciar no mundo do computador. Hoje com 70 anos, ela não dispensa mais o mundo virtual. Sebastiana que sempre escrevia suas receitas na antiga máquina de datilografar, passou a utilizar o computador e descobriu que é muito mais fácil.

“Digito minhas receitas com muito mais agilidade e quando erro não preciso tirar a folha. Sempre quis estar atualizada com as novas tecnologias, pois só assim não serei chamada de vovozinha.”, diz ela.

Ela veio a se interessar pela tecnologia da informática através de sua filha que utiliza esse meio. “Vi que minha mãe se interessava pela internet, então comecei a ajuda – lá, e observei que tinha facilidade para aprender, assim posso dizer que ela é uma grande vencedora”, enfatiza Carolina Arruda.

Para a psicóloga e psicoterapeuta que atua desde 1984, Olga Tessari, autora dos livros, “Dirija a sua vida sem medo” e “Amor X Dor, caminhos para um relacionamento feliz“, as pessoas, independente da idade, adaptam-se àquilo que se torna uma necessidade ou um prazer para elas.

“Avós que convivem com novas gerações (netos, principalmente), tem sua curiosidade despertada para as novas tecnologias e acabam por “sucumbir” a elas, quando descobrem suas facilidades e sua praticidade”, complementa Olga Tessari.

Dificuldades

Outros, porém têm dificuldades em se adaptar aos meios tecnológicos. Em filas de bancos podemos perceber que muitos dos idosos têm problema com as máquinas utilizadas, precisando de ajuda dos auxiliares. Segundo o gerente do banco HSBC, Leodir Godinho Dias, muitos dos idosos não têm a facilidade com as tecnologias desenvolvidas, o que acarreta em um processo mais lento nas filas do banco.

Jairo Matias afirma não ter nenhuma habilidade para apertar as teclas numéricas das caixas do banco.

“Tenho dificuldade em enxergar, então não consigo apertar os botões, e as moças me ajudam muito na hora que preciso tirar o dinheiro da aposentadoria. E os caixas especiais também são bons para o nosso atendimento, houve grandes evoluções no banco.”

Ingrid Salim, advogada da Associação Nacional dos Consumidores de Crédito (Andec), aponta que a determinação de ter um caixa prioritário para idosos, gestantes e portadores de deficiência só piorou a situação, porque, em vez de acrescentar um caixa só para prestar esse atendimento, houve a redução de um funcionário para atender o público em geral.

Em 2001, a ABONG (Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais) realizou um estudo e constatou que apenas 3% das organizações promovem e organizam trabalhos que beneficiam o idoso.

A psicóloga Olga Tessari, explica que o ser humano tem uma capacidade enorme de adaptação e é por causa dela que sobreviveu até os dias de hoje.

“Mas como os idosos têm uma dificuldade para armazenar novos conhecimentos, tem maior lentidão dos movimentos, muitas vezes eles acabam desistindo das tentativas de aprendizagem, criticando as novas tecnologias, com atitudes saudosistas”, diz Olga Tessari.

Além disso, outras tecnologias, como TV, rádio digital, câmera fotográfica digital, e aparelhos eletrodomésticos exigem que a terceira idade se familiarize com tais equipamentos, uma vez que, esses meios serão indispensáveis ao século em que estamos.

A professora Mirna Tônus, mestra em comunicação que há cinco anos utiliza de novas tecnologias para melhorar seu processo de ensino, afirma que seria interessante os idosos se familiarizarem com essas tecnologias, inclusive para se informarem, pois esses meios foram desenvolvidos para todos. E tem muito conteúdo bom e segmentado para a terceira ou melhor idade sendo produzido para esses “novos” meios. O que não se deve fazer é excluí-los disso.

Idosos e tecnologia podem ser aliados!

Dessa forma muitas tecnologias estão sendo desenvolvidas para ajudar idosos que tem problemas de saúde, como o mau de Alzheimer.

Segundo o site tecnologia.terra.com, portal líder da Internet brasileira e que em 2003, foi a empresa de Internet mais premiada do ano, comenta que o diretor global do Centro de Pesquisas e Grupo de inovação da Intel e chairman do Centro Para Serviços e Tecnologias do Envelhecimento (Cast, na sigla em inglês), Eric Dishman, tem como objetivo prover de tecnologias que ajudem os idosos e suas famílias a viverem felizes e saudáveis em sua própria casa.

Assim, em dezembro do ano passado, tecnologias de cuidado com idosos foram mostradas na White House Conference on Aging, nos EUA.

Como exemplo, sensores que checam seu caminhar e soam um alarme se a pessoa cair, telefones da Intel que mostram foto da pessoa que está chamando e lembrem-nas de quem é a pessoa e qual foi a última vez que se falaram e até um armário de remédios que pode ser programado para saber (e informar) que remédios contém e quando eles devem ser ingeridos, entre outras tecnologias.

Lina Moraes, 78 anos, afirma que sempre esquece de tomar remédios. “Tem dia que fico sem meus remédios, pois esqueço facilmente das coisas. Seria bom ter algum aparelho que lembrasse a hora do meu remédio”, acrescenta.

Mirna Tônus complementa que os celulares mais avançados, que medem a taxa de açúcar ou os batimentos cardíacos podem auxiliá-los caso tenham problemas cardíacos ou diabetes.

Reportagem produzida pela aluna de jornalismo Claudia Albertin do 7º período para a Unipress-Agência de Notícias da Universidade de Sorocaba

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

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