Fuja da ansiedade

Fuja da ansiedade

Fuja da ansiedade

Saiba o que fazer para não ser dominado por esse mal

Entrevista com Olga Tessari

Falta de ar, taquicardia, nervosismo, suor, problemas digestivos (prisão de ventre, enjoos, gases), fome exagerada (gula), medos que se tornam irracionais e sem sentido, irritação excessiva, brigas e discussões por nada, ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou calmantes.

O que está acontecendo comigo?

Segundo Olga Tessari, psicóloga e consultora comportamental, esses são alguns dos sintomas que envolvem uma pessoa que sofre de ansiedade.

O que é a ansiedade?

Mas, o que é ansiedade? Como ela é gerada?

O dicionário Houaiss a define como grande mal-estar físico e psíquico; aflição, agonia; desejo veemente e impaciente; falta de tranquilidade; receio…

“A ansiedade é gerada pelo choque de exigências conflitantes, pela mania de perfeição, por não querer magoar os outros, impulsos autodestrutivos, possuir uma autoimagem ilusória, medo das críticas e de errar, por preocupações excessivas, inveja do outro e querer ser igual a ele, por atitudes e pensamentos equivocados que aprendemos a partir da infância, entre outros fatores”, denomina Olga Tessari.

Tormento

Eram justamente esses sintomas que atormentavam a assistente administrativo Kátia Dias Mendes, de 32 anos, (foto abaixo) quando ela era ainda uma criança.

Segundo conta, o seu maior problema era a ansiedade de ter a vida amorosa bem-sucedida e feliz. E essa busca, revela, começou muito cedo, ainda na pré-adolescência.

Kátia queria ser feliz a todo custo, por isso, era levada facilmente ao engano. Ela mal conhecia um rapaz e logo se apegava àquele relacionamento, fazendo dele o seu tudo, a sua esperança, depositando nele todas as suas expectativas e sonhos.

“Tudo começou com a separação dos meus pais, quando eu tinha apenas 9 anos. A partir de então deixei a vida de criança e passei a viver como uma adolescente. Fiquei tão traumatizada que o problema me atingiu, também, fisicamente, com uma menstruação precoce neste mesmo ano. Cresci com baixa autoestima e um complexo de inferioridade por ser gordinha; quando alguém se interessava por mim, achava que tinha sido premiada”, conta.

Kátia continua explicando que devido à ansiedade, anulava-se a ponto de fazer tudo pela pessoa ‘amada’, aceitando qualquer tipo de afeto, mesmo o mais prejudicial.

“Isso se tornou um problema sério, pois passei a buscar de forma desmedida a pessoa que se casaria comigo e me faria feliz. E assim vivi por muitos anos, sempre nessa angústia de encontrar o par ideal”, revela.

Paliativos

De acordo com a psicóloga, normalmente as pessoas fazem várias tentativas para acabar com os sintomas que a ansiedade provoca, porém, nenhuma delas resolve, afinal, o problema vai muito além do físico. É preciso entender as causas que provocam a elevação da ansiedade, não apenas tratar os sintomas físicos, trazendo uma falsa sensação de que ela fuja da ansiedade elevada.

“Quem come em excesso e engorda demais procura uma dieta milagrosa, recorre a cirurgiões plásticos ou faz grandes sacrifícios e loucuras para emagrecer rápido (muitas vezes provocando outros problemas de saúde); aqueles que têm medos, como o de dirigir um veículo, por exemplo, fazem aulas e mais aulas sem fim na autoescola (sem nunca acabar com o medo); as pessoas que têm falta de ar e taquicardia, achando que terão um infarto, fazem uma via sacra por vários médicos, submetem-se a uma infinidade de exames e jamais acreditam quando os resultados são normais”, destaca Olga Tessari.

“É um círculo vicioso sem fim. O tempo passa, o problema cresce, vem a sensação de perda do controle e isso gera mais ansiedade”, diz Olga Tessari.

“O problema não se resolve porque as pessoas tratam apenas dos sintomas físicos provocados pela ansiedade, mas, na realidade, é preciso tratar as causas dela!”, afirma ela.

Passo errado

Aos 18 anos, Kátia chegou à Universal. Ela afirma que até alcançou algumas mudanças no comportamento, porém, a ansiedade pela realização na vida sentimental ainda estava lá, escondida dentro dela.

A ansiedade dela era tão grave que nessa busca incessante acabou se casando sem ao menos atentar a detalhes imprescindíveis num relacionamento. Mais uma vez a ansiedade falou mais alto. Mais uma vez ela a deixou dominar.

“Acabei conhecendo um rapaz e, de forma precipitada, namorei e casei em menos de 2 anos. Não busquei conhecê-lo melhor, aos 3 meses de namoro já decidimos comprar os móveis para o casamento. Durante o casamento, não brigávamos muito, porém, não éramos unidos e nem tínhamos planos em comum. Foi difícil continuar, mas eu só percebi isso mais tarde, bem mais tarde, afinal, a ansiedade – mais uma vez – não me permitiu enxergar. Tempos depois, ele saiu de casa e nos divorciamos”, lembra.

Após essa grande decepção, Kátia reavaliou a sua vida e decidiu, de fato, tratar primeiramente o seu interior para depois buscar as alegrias que o exterior pode proporcionar, como uma vida amorosa feliz.

Definitivamente, a ansiedade a atrapalhara até dentro da igreja. “Não bastassem os problemas vividos até então, a ansiedade, também, me afastava de Deus”, completa.

Fuja da ansiedade

De fato, ninguém está imune de ser tomado pela ansiedade, haja vista tantas necessidades e vontades que nos rodeiam, porém, é importante deixar claro que esse estado de espírito é tão nocivo que a própria Palavra de Deus orienta o ser humano a não se deixar levar por ele.

No livro de Lucas (Novo Testamento), capítulo 12 e versículo 22, somos advertidos a respeito dela: “… não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.”

Quando a ansiedade está presente na vida de uma pessoa, ela enfraquece a fé até do mais fervoroso cristão, por isso, é preciso se livrar desse mal, porque a partir do momento que ela não mais fizer parte das nossas decisões, certamente conquistaremos os benefícios que a fé nos proporciona.

Procure um psicólogo para acabar com a ansiedade elevada!

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Matéria publicada no site Arca Universal em 12/07/2013 por Ivonete Soares

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