Depressão no idoso

Depressão no idoso

Depressão no idoso

A depressão é uma das principais causas de transtornos mentais entre os idosos.

Entrevista com Olga Tessari

Depressão

Conhecida como o mal da alma, a depressão é também uma das principais causas de transtornos mentais entre os idosos. Apesar de ser um sintoma comum a todas as fases da vida, na terceira idade o reconhecimento da doença é prejudicado devido ao preconceito e a dificuldade de obtenção de tratamento adequado para a depressão no idoso.

Depressão no idoso

“A depressão nos idosos, em geral, costuma vir acompanhada com outros problemas físicos, o que acaba mascarando a doença. Além disso, muitos familiares tendem a encarar a depressão como um fato normal nesta faixa etária”, explica a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari.

Segundo a especialista, que também é pesquisadora, um dos agravantes dessa situação é que muitos médicos tendem a tratar somente os sintomas da depressão, esquecendo que para a cura é preciso o acompanhamento psicológico.

Prova disso, de acordo com ela, é que muitos dos pacientes que chegam em estado grave nos consultórios psicológicos já passaram pelos médicos e estão tomando antidepressivos e não melhoram, trocam de médico, de medicação e continuam depressivos.

O problema é que a maior parte desses idosos não é informada claramente que estão vivenciando um quadro depressivo e que necessitam do tratamento adequado para saírem dessa condição depressiva.

Estudo realizado no Brasil por pesquisadores do Departamento de Psicologia Médica da Universidade de Sidney e do Rozelle Hospital, na Austrália, constatou que aproximadamente 10% dos idosos entrevistados que apresentaram quadros depressivos necessitavam de intervenções clínicas.

No entanto, mais da metade deles estava sem acompanhamento adequado, o que reforça a ideia popular de que depressão é frescura ou de que a depressão é algo comum ao idoso, o que não é verdade.

Um dos aspectos mais preocupantes dessa situação é que a ausência de tratamento pode levar esses indivíduos à morte; seja por meio do suicídio ou pelo surgimento de doenças infecciosas, ataques cardíacos e derrames. Algo que poderia ser evitado caso os idosos se submetessem ao tratamento adequado.

Causas

Limitações físicas, dificuldade de elaborar novos projetos de vida, falta de atividades que preencham o tempo disponível com a vinda da aposentadoria são alguns dos fatores que podem ocasionar a depressão no idoso.

Contudo, os episódios que podem contribuir para o surgimento dos casos graves da doença estão relacionados, sobretudo, à morte de parentes e de amigos e falta de perspectivas de futuro.

Esse tipo de situação leva as pessoas a constatarem que a sua morte pode estar próxima. Diante disso, algumas delas começam a aproveitar melhor o tempo que lhes resta. Outras se deixam abater, e não conseguem formatar novas perspectivas de vida, explica a psicóloga Márcia Brandão, especializada em saúde pública.

Caso extremo

Como exemplo, a psicóloga cita o caso do aposentado Amador Cortellini, de 68 anos, que em março, durante uma discussão, atirou no filho, Rodrigo, de 28 anos, viciado em cocaína e álcool.

Deprimido, o aposentado começou a se negar a comer e precisou ser medicado com antidepressivos e remédios para dormir. Cortellini teve infecção generalizada e morreu 25 dias depois de ter assassinado seu filho.

Esse foi um caso extremo, mas nos comprova que a dificuldade em lidar com a dor da perda pode ter consequências sérias para a saúde das pessoas, principalmente entre os idosos.

“O idoso pode viver bem por muitos anos, basta que ele esteja bem e feliz! Ao constatar que ele está deprimido, leve-o imediatamente ao médico e ao psicólogo: ele vai agradecer, quando o tratamento terminar”, disse Olga Tessari.

Matéria publicada no Jornal A Tribuna de Santos em 01/05/2003 e no site da Associação Geronto-Geriátrica de São José do Rio Preto em 09/05/2005

293

Siga Olga Tessari nas redes sociais: Youtube – Facebook – Instagram – Twitter – Linkedin

Siga Olga Tessari nas redes sociais: Facebook – Youtube – Instagram – Twitter – Linkedin

olga_tessari

OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

www.ajudaemocional.com