Depressão: como superar?
Psicóloga explica o que ocorre quando desenvolvemos a depressão, uma doença que necessita de tratamento adequado.
Entrevista com © Dra Olga Tessari
AVISO: Quem sofre com a depressão,
deve procurar um médico ou psicólogo urgente!
Como você está se sentindo hoje? Está animado, animada ou está meio “pra baixo”? Esses sentimentos são normais na vida da gente. O problema ocorre quando as sensações negativas não passam e se tornam uma doença: a depressão.
A psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari explica como a enfermidade atinge principalmente a terceira idade e como superá-la.
Depressão: como superar?
(direito autoral das respostas © Dra Olga Tessari)
TV Longevidade – Existem casos muito graves de depressão?
Olga Tessari – Muito graves sempre são. Para cada pessoa que sofre, o seu problema é o pior do mundo. Então o caso é grave mesmo para cada um que vem para o consultório. Já tive casos de pessoas que realmente não queriam mais saber de nada na vida, totalmente desanimadas, não tinham vontade de fazer absolutamente nada, nem as coisas básicas, como comer, escovar os dentes, por conta da depressão.
TV Longevidade – E perde aquela vontade de vida. Isso muda, altera ou agrava na terceira idade?
Olga Tessari – Na verdade, a depressão faz parte de qualquer segmento etário. É possível ter depressão na infância, na adolescência, na juventude, na terceira idade, muitas vezes, ela parece ser mais grave porque a pessoa não vê saída para os seus problemas. Normalmente a família não acolhe, os amigos estão distantes, então fica difícil para essa pessoa conseguir resolver o seu problema, por conta da falta de apoio dos familiares e amigos em volta dela.
TV Longevidade – A terceira idade parece uma segunda adolescência, uma fase de transição?
Olga Tessari – É apenas mais uma fase da vida. E é interessante porque, na nossa cultura, nós não valorizamos as pessoas da terceira idade. Por conta delas chegarem à terceira idade e não aceitarem que estão envelhecendo, muitas vezes, elas entram em depressão, também porque as pessoas idosas são colocadas à margem da sociedade.
TV Longevidade – Qual é a orientação? Como a pessoa lida com isso?
Olga Tessari – A depressão é uma doença que precisa de tratamento com profissionais. Não adianta ficar em casa, tomando chazinho ou fazendo qualquer tipo de coisa. A pessoa precisa de tratamento médico e psicológico. Médico para restabelecer a bioquímica no cérebro, porque a depressão provoca um desequilíbrio nessa bioquímica. Então ela precisa de medicamento. E o psicológico, porque é o emocional que acaba provocando esse desequilíbrio, é a forma como a pessoa lida com as situações a sua volta e as interpreta.
TV Longevidade – A relação entre a mente e o corpo é a causa da depressão?
Olga Tessari – Sim. A mente acaba gerando esse desequilíbrio no organismo. Por isso a pessoa precisa restabelecer o equilíbrio e tratar da mente para que ela não desenvolva a depressão novamente depois.
TV Longevidade – No caso específico da terceira idade, há algum conselho a mais?
Olga Tessari – É importante que a família esteja presente. A família, os amigos, que as pessoas encontrem um tempo para dar atenção para essa pessoa da terceira idade. Porque o que ela mais precisa nesse momento é de atenção. Ela precisa estar com os seus netos, contar as suas histórias para os seus netos, interagir com a família, a família precisa respeitar o tempo dessa pessoa idosa, porque os movimentos são mais lentos, tudo é mais devagar. As pessoas precisam aprender a conviver com a pessoa da terceira idade porque esse convívio é uma espécie de antídoto contra a depressão.
TV Longevidade – Você tem que procurar amigos, atividades paralelas?
Olga Tessari – Exato. A pessoa precisa ter os seus amigos, os seus pares, digamos assim, pessoas da sua idade, com a sua cultura, com o seu hábito de vida. Eles precisam fazer parte de grupos, assim como nós fazemos, em todas as fases da vida, nós temos os nossos grupos. E as pessoas da terceira idade não são diferentes. Então elas não podem ficar simplesmente trancadas em casa com a família. Elas precisam sair, praticar uma atividade física, precisam ter amigos, precisam viajar, enfim, aproveitar esse tempo livre, porque se elas já não trabalham mais, devem aproveitar esse tempo livre a seu próprio favor.
TV Longevidade – É uma questão pessoal, elas já trabalharam tanto, agora você tem um pouco mais de tempo. O que fazer com esse tempo?
Olga Tessari – Exato. Ocupar esse tempo da melhor forma possível, que lhe traga prazer, alegria e satisfação.
TV Longevidade – É uma nova fase. É comum também a confusão entre depressão e a tristeza.
Olga Tessari – A tristeza, na verdade, é uma fase passageira e existe um motivo real para isso. Muitas vezes você está triste porque não teve um aumento de salário ou porque tem alguém doente na família. É um momento passageiro. Já a depressão, não. Está tudo bem, a família está ótima, está tudo caminhando maravilhosamente bem, mas a pessoa está ali: depressiva, no seu cantinho, não quer interagir, não quer conversar, não quer fazer absolutamente nada.
TV Longevidade – É procurar alternativas e autoaceitação.
Olga Tessari – Sim, autoaceitação e, principalmente, aceitação das pessoas a sua volta. Porque é muito triste você exigir da pessoa da terceira idade a mesma competência ou a mesma agilidade que ela tinha no passado. E não é justo. Para quem deseja saber mais, a psicóloga deixa o seu site: www.olgatessari.com
Matéria publicada no site do Programa Longevidade por Daniel Reis em 30/10/2008
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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais
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