Comer demais: compulsão!
Comer sem limites quando não se tem fome, por ser um indício de compulsão alimentar
Entrevista com © Dra Olga Tessari
Comer é bom! E comer demais?
Comer um pedaço de bolo de chocolate de vez em quando não é nenhum pecado. Ao contrário, pode até ajudar a relaxar depois de um dia estressante.
Mas quando o desejo de devorar o bolo inteiro se torna frequente é melhor ficar alerta. Pode ser um indício de compulsão alimentar.
Em geral, quem sofre com a compulsão alimentar, come demais, come sem ter fome e não se satisfaz. Tem a impressão de ser um saco sem fundo. E, na maioria das vezes, prefere os doces. Estes episódios de compulsão são chamados de binge. Poderíamos traduzir binge como “ataques” de compulsão alimentar.
Chocolate costuma ser o alvo preferido. A explicação é bem simples: ao ingerir o chocolate, ele estimula a produção de serotonina, uma substância do cérebro ligada à sensação de prazer e, com isso, a pessoa sente um alívio temporário da depressão e da ansiedade.
O alívio é por pouco tempo, uma vez que a substância age enquanto estiver acontecendo a digestão. As frituras também agradam bastante, assim como todo tipo de alimento bem calórico, com muitas calorias.
Características da compulsão alimentar (comer demais):
• Ingestão de grande quantidade de alimentos num período curto de tempo: algumas pessoas podem chegar a ingerir 5.000 calorias em um período de 2 horas (no caso das compulsões graves);
• Preferência por alimentos mais calóricos como doces e carboidratos gordurosos;
• A pessoa come mais rápido do que o normal;
• Pode chegar a comer até se sentir cansada e/ou empanturrada;
• Por vergonha, poderá comer escondido;
• Existe uma sensação de descontrole, a pessoa não consegue controlar o impulso de comer e sempre come demais da conta;
• Após o episódio compulsivo, surgem sentimentos de culpa, falta de autocontrole, além de auto rejeição, o que causa cada vez mais baixa autoestima e a elevação da ansiedade.
Gula não é compulsão, comer demais sim!
Gula é aquele pedaço de pizza a mais. Tentação que todos podem se permitir, de vez em quando, sem remorsos.
Já a compulsão é o total descontrole. A pessoa não mastiga direito, nem sente o gosto do que está comendo. Movido por questões emocionais e não por fome, o compulsivo tenta engolir os problemas.
Tratando o problema
O tratamento desses pacientes inicia-se, sempre, pela reeducação alimentar. Outra medida importante é comer alguma coisa nos intervalos entre as três refeições principais. Agindo assim, mesmo que valor calórico do alimento seja baixo, o corpo irá perceber que está sendo constantemente alimentado.
Se a reeducação falhar e a compulsão continuar…
Se a orientação nutricional falhar, o próximo passo é identificar fatores psicológicos, crenças ou pensamentos que possam estar desencadeando os episódios de compulsão.
O psicólogo pode auxiliar o paciente a elaborar uma lista de soluções viáveis para enfrentar os momentos de compulsão. Existem algumas técnicas que ajudam: ler um livro, ouvir música, sair de casa, andar de bicicleta.
Uma vez posta em prática uma delas, 30 ou 40 minutos depois, terá desaparecido a vontade de comer, isso se ele não estiver realmente com fome e já tiver corrigido os maus hábitos alimentares.
Causas da compulsão alimentar
A compulsão pode ser causada por fatores fisiológicos, como regimes repetidos e os muito restritivos. Mas, em grande parte, deve-se a fatores psicológicos.
Por isso, medicamentos só devem ser usados em caso de obesidade mórbida ou para dar um estímulo inicial ao tratamento, que deverá continuar com reeducação alimentar orientada por um nutricionista, um endocrinologista e um psicólogo.
Matéria publicada no site Toda Você em 7 de Julho de 2009
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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais
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