Bullying
O diálogo entre pais e filhos é fundamental para evitar problema
Consultoria de Olga Tessari
Bullying: o que é?
Na sala de aula ou durante as aulas de Educação Física, sempre há alguém da turma que se transforma em vítima de piadas e brincadeiras de mão ou alvo constante de bolinhas de papel. Percebendo que o aluno não reage, os colegas abusam ainda mais.
Esse fenômeno, conhecido popularmente como bullying, atinge pais que nem imaginam como seus filhos são tratados pelos “companheiros” da escola.
A pedagoga Cléo Fante, autora do livro O fenômeno do bullying (Verus Editora) e pesquisadora do tema desde 2000, define o problema como ações agressivas que ocorrem sucessivamente sem motivo que justifique os maus-tratos.
As pesquisas de Cléo Fante indicam que, mesmo que o problema ocorra no colégio, a raiz pode estar em casa, já que o tratamento familiar é um reflexo de como será a convivência dos filhos no meio em que estão inseridos. “A super proteção da família não ensina como reagir nem em simples situações”, afirma a autora.
Como ajudar?
“Mesmo angustiados com o sofrimento do filho, é fundamental não incentivar o revide como forma de se defender da ofensa”, afirma a pesquisadora. O que não significa que a história possa ser deixada de lado.
“Não adianta revidar ou tirar satisfação com os agressores, porque podem surgir retaliações que geram uma violência ainda maior. O ideal é esclarecer o problema e não ignorá-lo totalmente, uma vez que ninguém consegue esquecer os maus-tratos repetitivos e os sofrimentos gerados em sua vida”, afirma Cléo.
Conversar com a criança e oferecer-lhe apoio para resolver o problema é a solução mais recomendada para esses casos, mas é fundamental não cair na superproteção.
“Em uma sociedade que pode ser tão hostil e competitiva, é necessário aprender a superar obstáculos”, afirma Rita Calegari, psicóloga infantil do Hospital São Camilo.
Mas é preciso respeitar a personalidade de cada um. “Estabelecer diálogo e formas de expressão saudáveis com nossos filhos é o melhor caminho”, completa Rita.
A psicoterapeuta Olga Tessari concorda e complementa: “A vítima precisa, aos poucos, impor respeito. E a família, dosar sua proteção. Em alguns casos, a interferência acontece de uma forma tão expressiva que acaba impossibilitando o desenvolvimento daquele ser”.
Outro fator que pode colaborar para que as crianças se sintam isoladas, é o fato de não receberem o carinho e a atenção devida. “Hoje em dia esse fato ocorre com grande frequência já que os pais dedicam muitas horas ao trabalho”, complementa Olga Tessari.
Sinais do bullying
O primeiro desafio dos pais é descobrir quando seus filhos estão enfrentando problema deste tipo. Algumas características são típicas de alguém que não está se sentindo confortável para ir à escola: pedir, com frequência, para faltar às aulas, sem um motivo claro, talvez seja o primeiro deles, mas não é o único.
A criança pode suar muito, ter ânsia de vômito ou crises de choro quando está se preparando para ir à aula. O ato de frequentar a escola, cada dia mais estudado por pedagogos para se tornar mais dinâmico e prazeroso ao aluno, torna-se um martírio, o que pode refletir em falta de atenção para com o professor e notas baixas.
Há casos acentuados em que as vítimas chegam a sofrer fenômenos psicossomáticos, como gastrite nervosa, síndrome do pânico e depressão.
Segundo a Diretora do Pueri Domus, atitudes como conversar sempre com os filhos e participar de seu dia-a-dia ajudam a identificar e a evitar um transtorno desse tipo.
“Mas, se mesmo assim a mãe ou o responsável identificarem comportamentos estranhos como isolamento e introspecção em demasia, é preciso tomar algumas providências para que o aluno não fique ainda mais abalado e busque na solidão uma espécie de alívio para o seu problema”, disse a Diretora.
Escola Pueri Domus
A Escola Pueri Domus está atenta a esse tipo de situação. Em casos de bullying, a Instituição realiza um trabalho organizado pela Coordenação, em conjunto com o corpo docente, para trabalhar a autoestima do aluno.
“São promovidas atividades de encorajamento e também trabalhos em grupos nos quais o professor escolhe os integrantes e o líder”, afirma a diretora Elisa Pereira.
Além disso, Elisa explica que, todos os anos, as turmas das salas de aulas são alteradas com o objetivo de que os alunos se conheçam melhor e, assim, fomentar um ambiente onde o convívio seja saudável e próspero.
“Há quem reclame, mas explicamos que amigos, todos sempre serão, estando na mesma turma ou não”, disse Elisa.
Leylah de Carvalhaes, Coordenadora Pedagógica, e Rose Pugliesi, pedagoga, desenvolveram uma série de ações, que leva os alunos a refletirem sobre as conseqüências do problema. “Promovemos um debate em que todos participam, desde a vítima até o autor. Quem também assistiu a tudo passivamente é convidado a participar”.
A partir dessa analise, a Coordenadora explica que os estudantes confeccionam fôlderes com ilustrações sobre as implicações do bullying e a possibilidade de manter um ambiente de convívio sadio. “Cada um faz o seu, segundo a sua perspectiva. O resultado é maravilhoso”.
Outra atividade que merece destaque é a mesa redonda que a Escola promoverá com um artista da novela “Malhação”, exibida pela rede Globo. “Na ocasião, o ator falará sobre como sofreu e superou o bullying. Seu nome ainda está sob sigilo”.
Matéria publicada no site do Colégio Pueri Domus em abril/2009
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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais