Amar faz bem ao coração
Na semana do dia dos Namorados, resolvemos provar aos nossos leitores que para além do jogo de palavras, o amor faz muito bem ao coração.
Entrevista com Olga Tessari
Especialistas relatam que o afeto compartilhado gera bem-estar e pode ser uma forte causa de longevidade, ou seja, quem ama e é amado, vive mais e melhor.
O geriatra Renato Maia, da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria, defende que a solidão é a principal inimiga da longevidade e que uma pessoa que se isola e não divide sua vida com pessoas queridas pode morrer mais cedo.
O presidente da WHF, World Heart Federation (Federação Mundial do Coração), uma organização não-governamental sediada em Genebra (Suíça), cujo papel é combater doenças cardíacas, informou que “o amor também reduz o estresse, a ansiedade e a depressão e que uma em cada três mortes no mundo ocorre por problemas no coração e derrame”.
Esta cifra que é seis vezes superior às mortes associadas à AIDS no planeta.
Amar faz bem ao coração
A sensação gerada pela atitude amorosa compartilhada é particularmente boa para o coração, pois o amor libera a endorfina no organismo, substância que proporciona sensação de bem-estar, prazer e alegria, reduzindo o risco de depressão e controlando a ansiedade e o estresse, verdadeiros riscos psicológicos para as doenças cardíacas.
A felicidade e o prazer estimulam os hormônios e melhoram o estado geral do organismo pela eliminação de toxinas nocivas à saúde, ou seja, estar apaixonado e ser amado aumentam a qualidade de vida inclusive do ponto de vista do equilíbrio bioquímico do organismo. Em suma, amar faz bem ao coração.
Hormônios do bem
A biomédica Deborah Suchecki, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) explica que “um dos grandes estímulos para a liberação de ocitocina é o contato físico” e a ocitocina é conhecida como o ‘hormônio do abraço’, responsável por garantir a identificação e a personalização, em pessoas e animais, das sensações de acolhimento, bem-estar e segurança.
Entre animais, os que apresentam maior nível de ocitocina no organismo tendem a apresentar relações mais estáveis com os parceiros sexuais.
“O que a ocitocina faz é modificar as fontes de adrenalina e cortisol, tornando essas fontes menos estimuláveis”. Com isso, sua liberação se torna reduzida e a sensação final é de enorme bem-estar.
Pessoas que estão de bem com a vida são menos propensas a infecções, pois a experiência positiva do afeto colabora para a manutenção de uma atitude mental favorável influencia diretamente o sistema imunológico e a saúde cardíaca.
Já está cientificamente comprovado que quando duas pessoas afetivamente ligadas estão próximas, as batidas do coração de uma interferem nos registros cerebrais da outra, o que explica que todo ato de pensar e falar gera uma energia que, de alguma forma atua sobre quem faz parte da nossa rede de relacionamentos e tanto mais quanto mais a eles estamos ligados.
A mesma WHF reuniu 1400 pessoas doentes cardíacos em um estudo e concluiu, depois de 5 anos de acompanhamento, que o índice de mortos entre casados e acompanhados era de 15% contra 50% entre os solteiros e sozinhos, ou seja, é mais de três vezes maior o risco de morte entre quem por opção ou contingência leva uma vida solitária.
Demonstrar o amor
Demonstrar o amor ao parceiro (a) é muito importante e é uma atitude que vai bem além do “eu te amo”, pois é possível confessar o amor com várias atitudes, como fazer aquela receita especial, prestar um pequeno (ou grande) favor, aquele olhar apaixonado, um beijo ardente, pequenas coisas valorizam muito um relacionamento amoroso – e fazem bem à saúde.
Neste sentido, um outro estudo, envolvendo 10 mil homens com severa tendência para desenvolver angina (dor no peito relacionada a doenças cardíacas), comprovou uma redução de 50% na incidência das crises de angina entre todos os que responderam positivamente a uma pergunta simples: “Sua mulher demonstra amor por você?” .
Amar-se primeiro
Para que a experiência do amor se desenvolva em nossas vidas, é necessário cuidar do amor próprio antes de querer amar alguém, o que significa autocuidado, pois a sabedoria popular já diz que ninguém dá o que não tem.
Isto pode começar pelo amor, que é menos abstrato e mais racional do que parece, pois está ligado a determinadas atitudes positivas em relação a um objeto (uma pessoa, uma causa ou nós mesmos) e só acontece mediante uma decisão.
A psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari comenta que é “extremamente saudável poder dividir, planejar e construir uma vida em comum ao lado de quem se ama, mas é importante não se tornar dependente do outro, sendo fundamental ampliar a rede de relacionamentos e cultivar os amigos próprios, um sinal de autoestima saudável”.
Pessoas que desenvolvem um amor-próprio equilibrado tornam-se mais seguras em suas relações sociais, o que colabora para aproximar e fomentar boas relações de carinho que tornam a vida mais fácil, podendo gerar (ou fortalecer) grandes e profundas paixões.
Matéria publicada no Boletim do Poder Judiciário de Mato Grosso pela Equipe do Núcleo de Comunicação Interna. Ano 1 – nº 7 – julho/2008
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